Instituições públicas e sociedade civil integram o conselho consultivo para a implementação do Plano de Manejo da Unidade de Conservação
Agência Museu Goeldi – O Museu Paraense Emílio Goeldi integra o conselho consultivo da Reserva Biológica do Gurupi, localizada no estado do Maranhão. A formação do conselho foi decidida no dia 30 de novembro em reunião com dezesseis representantes de instituições públicas e dezoito da sociedade civil, dentre organizações não-governamentais, sindicatos e empresas.
Além do Museu Goeldi, outras instituições públicas também integram o conselho: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Instituto de Colonização e Terra Maranhão (ITERMA), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA/MA), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade do Estado do Maranhão (UEMA), Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Batalhão de Polícia Ambiental do Maranhão (BPA), além das prefeituras de Centro Novo, Bom Jardim (MA) e Paragominas (PA).
Os membros da sociedade civil no conselho são: Associação dos Produtores Rurais do Vale do Gurupi, ONGs Centro de Defesa da Vida e Fórum de Políticas Públicas de Buriticupu, além das empresas Queiroz Galvão, Cikel e Viena Siderúrgica e sete associações de pequenos produtores rurais que residem dentro e no entorno da Reserva. A representante do Museu Emílio Goeldi no Conselho Consultivo da Rebio Gurupi é a Dra Marlucia Martins, pesquisadora de zoologia e coordenadora da Rede PPbio Amazônia Oriental e do subprojeto Perda da Biodiversidade no Centro de Endemismo Belém.
O conselho deverá contribuir para o cumprimento do Plano de Manejo da Rebio Gurupi. Elaborado em 1999, com a participação do Museu Goeldi, o Plano possui como principal objetivo preservar a Floresta Amazônica no estado.
Rebio Gurupi - Criada em 1988, a Rebio Gurupi é a única unidade de proteção integral do Maranhão com uma área de 271.197 ha, abrangendo três municípios: Bom Jardim, São João do Carú e Centro Novo do Maranhão. Ela está situada na região do Arco do Desmatamento e é estratégica para a conservação, pois, somada às três terras indígenas que fazem fronteira com ela - Alto Turiaçu, Awa e Caru - constitui a última fronteira de área contínua amazônica do Maranhão.
A Rebio é local de estudo do Programa de Pesquisa em Biodiversidade – PPBio Amazônia Oriental e do INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia. Pesquisas nesta área já identificaram 109 espécies de peixes, 124 espécies pertencentes a 34 famílias de nove ordens de mamíferos e 503 espécies de aves. Porém, diversos fatores como a morosidade nos processos de desapropriação dessas terras, abertura de estradas, comercialização e escoamento ilegal da madeira retirada da Reserva, tornaram a Rebio Gurupi uma área vulnerável. Hoje sua cobertura florestal está reduzida a 65% do original.
Texto: Luena Barros