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Protocolo 18 - Solos

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Coordenadora:
Dra Maria de Lourdes Ruivo  (MPEG) E-mail: ruivo@museu-goeldi.br
Pesquisadores responsáveis
Mato Grosso - Dr. Marco Antonio Camillo de Carvalho (UNEMAT/AF)
Amapá - Dr. Marcelino Carneiro Guedes (IEPA)
Maranhão - Dr. Alessandro Costa da Silva (UEMA)

A pedologia é a parte da ciência do solo que trata da gênese, morfologia, distribuição, mapeamento, taxonomia e classificação dos solos. A importância dos levantamentos de solos está em fornecer informações que permitem inferir a dinâmica ambiental. A metodologia do protocolo de solos está baseada no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999), que utiliza a identificação e definição de horizontes diagnósticos superficiais e subsuperficiais (determinada pela observação de atributos diagnósticos), que são reconhecidos no campo, e posteriormente amostrados e analisados em laboratório.

Descrição do perfil, observações ambientais e amostragem do solo

A descrição do perfil do solo e a coleta de amostras são realizadas preferencialmente através de aberturas de trincheiras de, no mínimo, 1,50m de profundidade (ou até identificação horizonte B), por 1m de largura, em cada unidade pedológica e/ou área representativa da unidade, complementada com tradagens (trado holandês), quantas se fizerem necessárias para um adequado entendimento da variação pedológica vertical e lateral local. No caso específico das grades do PPBio, onde são desenvolvidos diversos estudos de inventário biológico e outras pesquisas de cunho ambiental, não é aconselhável modificar demais o solo e a vegetação, seja de sub-bosque ou não, o trabalho de tradagem é fundamental. Um bom entendimento da variação lateral e vertical do solo, com alguns furos nas subparcelas é de fundamental importância para se procurar fora da grade, porém, às proximidades desta, unidades semelhantes dentro do plot, e aí abrirem as trincheiras e detalhadamente descrever os horizontes diagnósticos e amostrá-los convenientemente para análise de rotina em laboratório, que possibilite a identificação das unidades pedogenéticas.

A descrição morfológica dos perfis de solo no plot PPBio são realizadas com o auxílio do Manual de Descrição e Coleta de Solo no Campo (LEMOS; SANTOS, 2002), utilizando nível de detalhamento “reconhecimento de média intensidade”. Após a identificação e separação dos horizontes pedogenéticos ou camadas no campo, são coletadas amostras para avaliação textural, disponibilidade e características químicas da cobertura do solo na área experimental. A coloração das amostras é obtida através da comparação com a carta de cores de Munsell (1975).

Preparação e análises das amostras

Após coletadas e secas ao ar, as amostras de solos são destorroadas e passadas em peneiras de 2mm de abertura de malha, obtendo-se a terra fina seca ao ar (TFSA), a partir da qual são realizadas as análises físicas e químicas, como preconiza o Sistema manual de Métodos Analíticos da Embrapa (1997).

Determinação da granulometria

Na realização da análise granulométrica (dispersão total), utiliza-se o método da pipeta, o qual tem seu princípio baseado na velocidade de queda das partículas que compõem o solo, fixando-se o tempo para o deslocamento vertical na suspensão do solo com água, com a adição de um dispersante químico e pipetando-se um volume da suspensão, para determinação da argila que seca em estufa. As frações grosseiras (areia fina e grossa) devem ser separadas por tamisação, secas em estufas e pesadas, para obtenção dos respectivos percentuais.

Determinações químicas

As amostras de solo são submetidas às análises químicas (pH, cátions trocáveis, carbono orgânico, umidade do solo e nitrogênio orgânico), conforme manual de métodos de análise de solos da Embrapa (1997). Os valores de pH em H2O e KCl N, são mensurados por eletrodo de vidro em suspensão, na proporção solo-líquido 1:2,5; cátions trocáveis Ca+++ e Mg++ extraídos com KCl e determinados por espectometria de absorção atômica; K+ e Na+ extraídos com HCl 0,05N, na proporção solo-solução 1:10 (por não usar a solução extratora de Mehlich-1) e determinados por fotometria de chama; acidez extraível incluído Al+++ extraído com KCl N e titulado com NaOH 0,025N e indicador azul de brotimol e hidrogênio e alumínio extraídos com Ca(OAC)2 N a pH 7,0 e titulado com NaOH indicador fenolftalina, sendo o hidrogênio calculado por diferença; o fósforo disponível, extraído com HCl 0,05N + H2SO4 0,025N e determinado por calorimetria; o carbono orgânico por oxidação em via úmida, com K2Cr2O7 0,4N e titulação pelo Fe(NH4) 2.6H20 0,1N e indicador difenilamina; o nitrogênio total por digestão com mistura ácida, difusão e titulação do NH3 com HCl e H2SO4 0,01N. Ambos podem ser também determinados por analisador elementar.

Análise da micromorfologia

A Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) é uma técnica utilizada tanto para pesquisa básica como aplicada. Esta técnica permite a observação e a caracterização de diferentes tipos de matérias como: mineral, vegetal, animal e produtos agroalimentares, sendo possível caracterizá-los do ponto de vista da sua morfologia, sua organização e composição química. A análise micromorfológica fornece bons indicadores sobre a composição mineralógica, sobre a porosidade e agregação entre as partículas que formam o solo.

As observações micromorfológicas e análises de EDS (avaliação indireta da mineralogia) podem ser realizadas em agregados de solo ou em lâminas delgadas, neste caso obtidas a partir de amostras indeformadas de solo e observados em Microscópio Eletrônico de Varredura no laboratório do Museu Goeldi. As amostras, após a preparação rotineira, são secas em estufa e os grãos de solos montados em suportes de alumínio com 10mm de diâmetro. Em seguida, a fim de tornarem-se condutivas, são metalizadas com Au por 2’30”, o que deposita sobre a amostra uma película com espessura média de 12nm. Para a obtenção das imagens, tanto com detector de elétrons secundários, quanto retroespalhados, utilizando-se aceleração de voltagem 15kV. A interpretação da micromorfologia em grãos de solo é realizada segundo a metodologia de Kemp (1985), Davidson e Carter (1998) e Ruivo et al. (2003).

Referências:

DAVIDSON, D.A.; CARTER, S.P. Micromorphology evidence of past agricultural pratices in cultivated soils :the impact of a traditional agricultural system on soils in papa stour, Shetland. Journal of Archaeological Science, v. 25,n. 9, p. 827-838, 1998.

EMBRAPA-Centro Nacional de Pesquisa de solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 1999. 412p.

EMBRAPA-Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solo. Manual de métodos de análise de solo. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 1997. 212p.

KEMP, R. A. Soil micromorphology and the quaternary. Cambridge: Quaternary Research Association, 1985. (Technical Guide n. 2).

LEMOS, R.C.; SANTOS, R.D. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 4. ed. Viçosa: SBCS, 2002. 83p.

MUNSELL COLORS COMPANY. Munsell soil colors charts. Baltimore, 1975.

RUIVO, M.L.P; ARROYO-KALIN, M.A.; SCHAEFER, C.E.R.; COSTI, H.T.; ARCANJO, S.H.S.; LIMA, H.L.; PULLEMAN, M.M.; CREUTZBERG, D. The use of micromorphology for the study of the formation and properties of Amazonian Dark Earths. In: LEHMANN, J.; KERN, D.C.; GLASER, B.; WOODS, W. Amazonian Dark Earths: Origin, Properties, Management. The Netherlands: Kluwer Academic Publishers, 2003.

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