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Protocolo 4 - Insetos Predadores

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Coordenador

Dr. Orlando Tobias Silveira (MPEG)  E-mail: orlando@museu-goeldi.br

Pesquisadores responsáveis:

Leste do Pará - Dr. Orlando Tobias (MPEG)

Maranhão - Gisele Garcia Azevedo (UFMA)

Grupos de interesse e diversidade de espécies estimada por grade:

Coleoptera - Curculionidae: 30 espécies;

Hymenoptera - Vespidae: 100 espécies.

Papel biológico do grupo:

Os besouros (Coleoptera) representam um terço da diversidade animal já descrito, com cerca de 350.000 espécies. No Brasil, são registradas cerca de 30.000 espécies de besouros, distribuídas em 109 famílias (COSTA, 1999). Os Curculionidae são conhecidos como gorgulhos ou bicudos, e representam a família com a maior diversidade de espécies entre os seres vivos, cerca de 60.000 espécies descritas no mundo (WIBMER; O’BRIEN, 1986; MARVALDI; LANTERI, 2005). A grande maioria das espécies é pequena (0,5 a 50 mm) e vivem exclusivamente associadas a plantas (BONDAR, 1951; ANDERSON, 1993), por isso, são importantes na polinização (GENTY et. al., 1986; GOTTSBERGER, 1988; SILBERBAUER-GOTTSBERGER, 1990; PRADA et al., 1998; HENDERSON et al., 2000; OLIVEIRA et. al., 2003; FRANZ; VALENTE, 2005), como pragas (SILVA et al., 1968; O’MERA, 2001; ANDERSON, 2002) e no controle biológico de ervas invasoras (ANDERSON, 1993).

Os Vespidae são, em geral, predadores de insetos e outros artrópodes, especialmente lagartas. A maioria das espécies é solitária, sendo Eumeninae a mais diversificada das subfamílias, com mais de 3.000 espécies no mundo. Os Polistinae possuem cerca de mil espécies no mundo, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais, sendo os vespídeos dominantes no Neotrópico (CARPENTER, 1991; RICHARDS, 1978). Todas as espécies são sociais, vivendo em colônias frequentemente muito populosas.

Técnica 1. Armadilhas Malaise

A armadilha Malaise é uma técnica de amostragem que utiliza a interceptação de insetos em vôo. Os insetos batem nos septos ou teto da armadilha, e tendem a subir em direção à luz do sol, e, por isso, terminam por cair no copo coletor (frasco mortífero) posicionado na extremidade superior da armadilha (ALMEIDA et al., 1998). Tendo-se em mente que o objetivo aqui é de um RAP da grade. e que a Malaise é uma técnica de coleta de insetos voadores, não há necessidade de se utilizar uma armadilha (ou mais), em cada uma das 30 parcelas (250m x 40m) das grades (5 km x 5 km). Desta forma, a grade de 30 parcelas pode ser subamostrada com um desenho amostral que inclua 15 ou 9 parcelas, em distribuição regular. Cada Malaise será confeccionada com teto na cor branca, septos e laterais na cor preta, e terá um copo coletor específico para álcool a 70%, usado para morte e fixação dos insetos. Além disso, o álcool é atrativo para muitas espécies de Coleoptera, em especial os Scolytidae, e também servirá como isca. As armadilhas serão esvaziadas do material coletado a cada 5 dias.

Unidade amostral: a unidade amostral resultará de 5 ou 10 dias de coleta do copo coletor de cada Malaise, segundo o grupo taxonômico.

Desenho amostral: serão montadas pelo menos 9 armadilhas em 9 parcelas regularmente espaçadas, de forma que toda a grade será coberta (Figura 1). Caso todas as parcelas não sejam amostradas, é importante adotar uma das alternativas apresentadas na Figura 1, para garantir a comparação com outros conjuntos de dados, deste ou de outros protocolos. A amostragem do copo coletor de cada Malaise será a cada 48 horas, ou seja, uma amostra resulta de 48 horas de coleta do copo coletor de cada Malaise. Cada armadilha ficará montada na parcela (250mx40m) por dez dias, resultando em cinco amostras por parcela e 75 amostras para a grade (5 km x 5 km).

Figura 1. Alternativas de desenho amostral para uma grade de 30 parcelas.

Técnica de coleta 2. Busca ativa de Vespas

Serão realizados em cada grade 30 tajetos lineares de 1.000 metros. As buscas serão realizadas em (1) trilhas e (2) nas margens de rios e igarapés, por meio de bote movido a remo (se couber). Serão registradas espécies de vespas representadas por indivíduos capturados com rede entomológica e por colônias encontradas nas amostras, anotando-se a localização de cada registro ao longo das trilhas. Amostras de cada colônia serão coletadas com rede entomológica, acoplada a canos de alumínio quando necessário.

Unidade amostral: um percurso de 1000 metros. Esforço projetado para cada área (5 km x 5 km). Total de amostras: 30 percursos por grade.

Delineamento amostral: os percursos serão realizados ao longo das trilhas, tendo como compromisso a maior cobertura possível da área da grade e dos microhabitats identificados. Para o RAP de cada grade será feita uma única excursão de 20 dias, com quatro coletores.

Dados ambientais adicionais: tipo de floresta, dados climáticos (pluviometria, temperatura e umidade relativa) estação lunar e coordenada geográfica.

Forma de preservação do material coletado: um lote de, no máximo, 10 indivíduos por espécie de Curculionidae, Scolytidae e Vespidae, por amostra. Será montado em alfinete entomológico e etiquetado de maneira usual para conservação em coleções secas. O outro lote será mantido em vidros contendo álcool 70% e etiquetado de maneira usual para coleções úmidas. Os demais insetos também serão conservados por amostra, em via úmida. Todo o material será identificado sob estereomicroscópio. Nas etiquetas, também serão informados: o número da amostra, o número da parcela e a coordenada geográfica. As amostras serão numeradas independentemente por parcela; assim, cada parcela terá as amostras 1-5. Os exemplares coletados serão depositados nas coleções do INPA, do MPEG e em outras coleções fiéis depositárias da Amazônia.

Restrições a atividades que prejudiquem o desenvolvimento do protocolo: caminhadas próximas às armadilhas e também qualquer tipo de perturbação nas armadilhas, seja por toque no teto e septos, no copo coletor ou nas cordas de sustentação. 

Referências:

ALMEIDA, L. M.; COSTA, C. S. R.; MARINONI, L. Manual de Coleta, Conservação, Montagem e Identificação de Insetos. Ribeirão Preto: Holos, 1998. 78 p.

ANDERSON, R. S. Weevil and plants: phylogenetic versus ecological mediation of evolution of host plant association in Curculioninae (Coleoptera: Curculionidae). Memoirs of the Entomological Society of Canada, v. 165, p. 197-232, 1993.

ANDERSON, R. S. The Dryophthorinae of Costa Rica and Panama: Checklist with keys, new synonymy and descriptions of the new species of Cactophagus, Mesocordylus and Rrhodobaenus (Coleoptera, Curculionoidea). Zootaxa, v. 80, p. 1-94, 2002.

BONDAR, G. Síntese biológica dos curculionídeos brasileiros. Boletim Fitossanitário, v. 5, n. 1-2, p. 43-48, 1951.

CARPENTER, J. M. Phylogenetic relationships and the origin of social behavior in the Vespidae. In: ROSS, K. G.; MATTHEWS, R. W. (Eds.). The Social Biology of Wasps. Ithaca: Cornell University Press, 1991. p. 7-32.

COSTA, C. Coleoptera linnaeus, 1758. In: JOLY, C.A.; BICUDO, C. (Orgs.) Biodiversidade do Estado de São Paulo. Síntese do conhecimento ao final do século XX. São Paulo: FAPESP, 1999. p. 115-122.

FRANZ, N. M.; VALENTE, R. M. Evolutionary trends in Derelomini flower weevils (Coleoptera: Curculionidae): from associations to homology. Invertebrates Systematics, v. 19, n. 6, p. 499-530, 2006. 

GENTY, P. et al. Polinizacion entomofila de la palma africana en America tropical. Oleagineux, v. 41, p. 99-112, 1986.

GOTTSBERGER, G. The reproductive biology of the primitive Angiospermes. Taxon, v. 37, p. 630-643, 1988.

HENDERSON, A. et al. Pollination of Bactris (Palmae) in an amazon Forest. Brittonia, v. 52 n. 2, p. 160-171, 2000.

MARVALDI, A. E.; LANTERI, A. A. Key to higher taxa of South Amarica weevils based on adult characters (Coleoptera, Curculionidae). Revista Chilena de História Natural, v. 78, p. 67-87, 2005.

O’MEARA, B. Bacterial Symbiosis and Plant Host Use Evolution in Dryophthorinae (Coleoptera, Curculionidae): a phylogenetic study using parsimony and Bayesian analysis. 2001. Thesis (PhD.) – Harvard University, 2001.

OLIVEIRA, M.S.P.; COUTURIER, G.; BESERRA, P. Biologia da polinização da palmeira tucumã (Astrocaryum vulgare Mart.) em Belém, Pará, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 17, v. 3, p. 343-353, 2003.

PRADA, M. et al. Efectividad de dos espécies Del gênero elaeidobius (Coleoptera: Curculionidae) como polinizadores em palma aceiteira. Bioagro, v.10, n.1, p. 3-10, 1998.

RICHARDS, O. W. The social wasps of the Americas, excluding the Vespinae. London: British Museum of Natural History, 1978.

SILBERBAUER-GOTTSBERBER, I. Pollination and evolution in palms. Phyton, Horn, v. 30, n. 2, p. 213-233, 1990.

SILVA, A. G. et. al. Quarto catálogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasil, seus parasitos e predadores. Parte II. Insetos hospedeiros e inimigos naturais. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura,  1968. v. 1. p. 1-622.

WIBMER, G. J.; O’BRIEN, C.W. Annotated Checklist of the weevils (Curculionidae sensu lato) of south America (Coleoptera). Memoirs of the American Entomological Institute, Gainesville, v. 39, p.1-563, 1986.

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