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Protocolo 3 - Insetos de Palmeira

< Protocolo 2                                                                                                                                                                                  Protocolo 4 >

Coordenadora
Dra. Roberta de Melo Valente (UFPA) • E-mail: rvalente@ufpa.br

Pesquisadores responsáveis:
Leste do Pará - Dra. Roberta de Melo Valente
Oeste do Pará - Dr. Adenomar Neves de Carvalho (UFOPA)
Maranhão - Dr. José Manuel Macário Rebêlo

Grupos de interesse e diversidade de espécies estimada por grade:
Coleoptera-Curculionidae: 40 espécies;
Hemiptera-Thaumastocoridae: 5 espécies conhecidas;
Chrysomelidae: 20 espécies.

Papel biológico dos táxons:
Os Curculionidae são besouros conhecidos como gorgulhos ou bicudos. Representam a família com a maior diversidade de espécies entre os seres vivos, cerca de 60.000 espécies descritas no mundo (WIBMER; O’BRIEN, 1986, MARVALDI; LANTERI, 2005). A grande maioria das espécies é pequena (0,5 a 50 mm) e vive exclusivamente associada às plantas (BONDAR, 1951, ANDERSON, 1993), por isso são importantes como pragas (SILVA et al.; 1968; O’MERA, 2001; ANDERSON, 2002), no controle biológico de ervas invasoras (ANDERSON, 1993) e, principalmente, na polinização de plantas, sendo que nas palmeiras são citadas como o principal agente polinizador (GENTY et. Al., 1986; GOTTSBERGER, 1988; SILBERBAUER-GOTTSBERGER, 1990; PRADA et al., 1998; HENDERSON et al., 2000; OLIVEIRA et. Al., 2003; FRANZ; VALENTE, 2005).
A família Chrysomelidae compreende besouros exclusivamente fitófagos, que se alimentam principalmente de flores e folhas. São besouros de tamanho variado (até 12 mm), de coloração brilhante (BORROR et al., 1989). Muitas espécies são conhecidas como pragas agrícolas, devido ao seu alto poder de desfolhação (STRONG et al., 1984). Porém, em ambientes naturais apresentam grande importância para a herbivoria das espécies de plantas que se associam (MEDEIROS; VASCONCELOS-NETO, 1994). A associação de crisomelídeos a palmeiras é descrita para várias espécies, principalmente da subfamília Hispinae (incluindo também a subfamília Cassidinae) (COSTA-LIMA, 1955; Disponível em: http://academic.evergreen.edu/projects/ants/alastaxa/hispinae/Hispinae.html).
Na América do Sul e Central os Thaumastocoridae possuem sete espécies, todas da subfamília Xylastodoridinae (SLATER; BRAILOVSKY, 1983). Estas espécies são coletadas apenas em palmeiras (SCHUH; SLATER, 1995; COUTURIER et al., 2002), enquanto que as demais espécies da família são coletadas em Dicotiledôneas (SCHUH; SLATER, 1995). Este grupo apresenta uma distribuição geográfica gonduânica (América-Austrália-Índia), mas o registro fóssil mostra uma distribuição bastante ampla e em áreas quentes do planeta (NEL et al., 2002). O estudo das espécies Amazônicas irá contribuir com entendimento da posição sistemática e biogeografia do táxon.

Técnica de coleta detalhada:
Para o RAP, e a fim de permitir a comparação entre os sítios estudados. Este levantamento será feito nas inflorescências de espécies de palmeiras dos gêneros Attalea Kunth, Syagrus Mart., Astrocaryum G. Mey e Oenocarpus Mart.,  pois possuem espécies

Unidade amostral: uma (01) inflorescência.

Desenho amostral: as 30 parcelas (250m x 40m) da grade (5km x 5km) serão estudadas para o RAP. Em cada parcela, será coletada uma única inflorescência (amostra) de cada espécie de palmeira para o levantamento dos insetos associados. De forma que, no máximo 30, e no mínimo 10 inflorescências de cada espécie de palmeira dos gêneros escolhidos deverão ser coletadas por grade (alguns estudos utilizando o mesmo protocolo mostram que a curva cumulativa de espécies tende a alcançar a estabilização, com cerca de dez inflorescências, na maioria das espécies de palmeiras). Quando houver mais de uma inflorescência da mesma espécie de palmeira na mesma parcela (250mx40m), as inflorescências serão marcadas e apenas uma sorteada para coleta. Quando o número mínimo de amostras (10 inflorescências) não for alcançado na primeira excursão, uma segunda excursão será feita para completar as dez amostras. Para o RAP de cada grade serão feitas uma ou duas excursões de dez dias com três coletores.

Dados ambientais adicionais: tipo de floresta, dados climáticos (pluviometria, temperatura e umidade relativa) estação lunar, coordenada geográfica, fenologia das palmeiras.

Forma de preservação do material coletado: as inflorescências serão examinadas ainda no campo para retirada dos organismos. Um lote de, no máximo, dez exemplares de cada espécie dos grupos-alvo, em cada inflorescência, será montado em alfinete entomológico e etiquetado de maneira usual para coleções secas. Os demais lotes serão mantidos em vidros separados por amostra e grupo-alvo, contendo álcool 70% e etiquetado de maneira usual para coleções úmidas. Os demais insetos também serão conservados, por inflorescência, em via úmida. Todo o material será identificado sob estereomicroscópio. Além das etiquetas padrão, também serão acrescentados: nome científico da palmeira hospedeira, número da amostra, número da parcela e a coordenada geográfica. Os exemplares serão depositados nas coleções do MPEG.

Restrições a atividades que prejudiquem o desenvolvimento do protocolo: montagem de armadilhas com isca ou veneno, próximas às palmeiras marcadas ou na própria palmeira; e derrubadas das palmeiras ou próximo a elas.
Referências:
ANDERSON, R. S. Weevil and plants: phylogenetic versus ecological mediation of evolution of host plant association in Curculioninae (Coleoptera: Curculionidae). Memoirs of the Entomological Society of Canada, v. 165, p. 197-232, 1993. 
ANDERSON, R. S. The Dryophthorinae of Costa Rica and Panama: Checklist with keys, new synonymy and descriptions of the new species of Cactophagus, Mesocordylus and Rrhodobaenus (Coleoptera, Curculionoidea). Zootaxa, v. 80, p. 1-94, 2002.
BONDAR, G. Síntese biológica dos curculionídeos brasileiros. Boletim Fitossanitário, v.5, n. 1-2, p. 43-48, 1951.
BORROR, D. J.; TRIPLEHORN, C. A.; JOHNSON, N. F. An introduction to the study of insects. [s.l.]: Thomson Learning Inc., 1989. 875 p.
COSTA-LIMA, A. Insetos do Brasil. Rio de Janeiro: Tipografia da Imprensa Nacional. 1955. T.9.
COUTURIER, G. et al. Biology of Discocoris Drakei (Hemiptera, Thaumastocoridae) on Oenocarpus mapora (Palmae). Florida Entomologist, v. 5, n.1, p. 261-266, 2002.
FRANZ, N. M.; VALENTE, R.M. Evolutionary trends in Derelomini flower weevils (Coleoptera: Curculionidae): from associations to homology. Invertebrates Systematics, v. 19, n. 6, p. 499-530, 2006.
GENTY, P. et al. Polinizacion entomofila de la palma africana en America tropical. Oleagineux, v. 41, p. 99-112, 1986.
GOTTSBERGER, G. The reproductive biology of the primitive Angiospermes. Taxon, v. 37, p. 630-643, 1988.
HENDERSON, A. et al. Pollination of Bactris (Palmae) in an amazon Forest,  Brittonia, v. 52, n. 2, p. 160-171, 2000.
MARVALDI, A.E.; LANTERI, A.A. Key to higher taxa of South Amarica weevils based on adult characters (Coleoptera, Curculionidae). Revista Chilena de História Natural,  v. 78, p. 67-87, 2005.
MEDEIROS, L.; VASCONCELLOS-NETO. Host plants and seasonal abundance patterns of some Brazilian Chrysomelidae. In: JOLIVET, P.; COX, M.L.; PETITPIERRE, E. (Eds.). Novel aspects of the biology of Chrysomelidae. Netherlands:  Kluwer Academic Publishers, 1994. p. 185-189.
NEL A. A; PLOÊG, E G. W. The oldest palm bug in the Lowermost Eocene amber of the Paris Basin (Heteroptera: Cimicomorpha: Thaumastocoridae). Geologica Acta, v. 2, n. 1, p. 51-55, 2004.
O’MEARA, B. Bacterial Symbiosis and Plant Host Use Evolution in Dryophthorinae (Coleoptera, Curculionidae): A phylogenetic study using parsimony and Bayesian analysis. 2001. Thesis (PhD.) – Harvard University, 2001.
OLIVEIRA, M.S.P.; COUTURIER, G.; BESERRA, P. Biologia da polinização da palmeira tucumã (Astrocaryum vulgare Mart.) em Belém, Pará, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 17, n. 3, p. 343-353, 2003.
PRADA, M. et al. Efectividad de dos espécies Del gênero Elaeidobius (Coleoptera: Curculionidae) como polinizadores em palma aceiteira. Bioagro, v. 10, n. 1, p. 3-10, 1998.
SCHUH, R. T; SLATER, J. A. True bugs of the world (Hemiptera: Hetoptera). Classification and Natural History. Ithaca: Cornell University Press, 1995. p. 336.
SILBERBAUER-GOTTSBERBER, I. Pollination and evolution in palms. Phyton, Horn, v. 30, n. 2, p. 213-233, 1990.
SILVA, A. G. et. al. Quarto catálogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasil, seus parasitos e predadores. Parte II. Insetos hospedeiros e inimigos naturais. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, 1968. v. 1. p. 1-622.
SLATER, J. A.; BRAILOVSKY, E H. The systematic status of the family Thaumastocoridae with the description of a new species Discocoris from Venezuela (Hemiptera: Heteroptera). The Proceedings Entomological Society of Washington, v. 85, p. 560-563, 1983.
STRONG, D. R.; SOUTHWOOD, T. R. E.; LAWTON, J. H. Insects on plants: community patterns and mechanisms. Londres: Blackwell Scientific Publications, 1984. 313 p.
WIBMER, G. J.; O’BRIEN, C. W. Annotated Checklist of the weevils (Curculionidae sensu lato) of South America (Coleoptera). Memoirs of the American Entomological Institute, Gainesville, v. 39, p. 1-563, 1986.

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